A trilogia Millennium escrita pelo sueco Stieg Larsson chegou ao Brasil com o seu primeiro livro em 2008, tendo os outros dois lançados no ano seguinte, mas só em 2011 tomei conhecimento da história quando vi uma entrevista com Daniel Craig e Rooney Mara sobre a adaptação cinematográfica do primeiro livro a qual eles protagonizaram.
No Brasil conhecemos a história pelo nome de O Homem Que Não Amava As Mulheres, o que é a tradução fiel do título original em sueco e faz sentido em relação ao primeiro filme, mas a versão americana usou o nome The Girl With The Dragon Tattoo (A Garota Com A Tatuagem De Dragão) que fez com que a ênfase saísse da história e caísse sobre Lisbeth Salander (o que faz mais sentido ao conhecer a sequência da história).
Esse primeiro filme tem foco no caso contado por Henrik Vanger, que perdeu sua sobrinha quando ela ainda era adolescente. Quarenta anos depois sem saber o que havia acontecido com ela e ainda intrigado, Henrik decidiu contratar o jornalista Mikael Blomkvist para investigar essa história, mas antes de contratá-lo, Vanger sentiu necessidade de investigá-lo também para ter certeza de que ele era confiável. Lisbeth Salander foi a “investigadora” (lê-se: pesquisadora e hacker brilhante) quem pegou a tarefa de investigar o jornalista, traçando um perfil mais do que completo e satisfatório. Mikael começou o caso sozinho, mas precisou de auxílio para suas investigações. Depois de ler seu próprio perfil feito por Salander, ele percebeu que ela seria a ajudante perfeita.
Agora vamos entrar na questão principal do texto: qual versão cinematográfica é melhor, a sueca ou a americana?
A versão sueca teve Michael Nyqvist e Noomi Rapace como protagonistas. Todos os três livros adaptados para o cinema, assisti pela curiosidade de ver os personagens e como eles levaram a história para essa outra mídia. A primeiro momento estranhei a aparência dos atores, fiquei com a impressão de que pegaram pessoas comuns, deram uma caracterizada básica e as colocaram para filmar a história. Talvez seja culpa de eu ter crescido assistindo todos aqueles filmes Hollywoodianos e ter me acostumado com atores e atrizes de características marcantes. Por isso, não parei de assistir e dei chance aos outros filmes, procurando me acostumar com o elenco. Facilitou o fato da história ter ficado bem fiel aos livros, gostei de ver cenas que eu li e havia ficado curiosa para ver na tela.
A versão americana perde no quesito fidelidade ao livro. Mesmo sabendo que o filme nunca fica igual, senti falta de algumas cenas que foram até alteradas na versão cinematográfica. Acho que isso aconteceu principalmente porque na versão sueca essa minha expectativa foi suprida. Mas o elenco, a fotografia, a edição e a trilha sonora me conquistou de imediato, principalmente a abertura do filme com a música Immigrant Song do Led Zeppelin na voz marcante de Karen O e numa versão incrível de Trent Reznor & Atticus Ross.
O que pesou na hora da minha escolha pessoal entre as duas adaptações foi a interpretação da personagem Lisbeth Salander. Ela acabou se tornando uma das minhas personagens preferidas e, com isso, minhas expectativas foram ainda maiores em cima dela. A Salander já estava moldada na minha cabeça exatamente como ela era descrita no livro. Ela tinha um comportamento tão singular que era facilmente confundido com a síndrome de asperger, tanto que no começo da história, aos 24 anos, ela está em tutela jurídica do estado por incompetência mental apesar do seu brilhantismo como pesquisadora e hacker. Rooney Mara foi uma Lisbeth Salander perfeita. Noomi Rapace também fez um bom trabalho, mas eu não conseguia ver a Salander do livro nela. Noomi se caracterizou e fez um bom trabalho como Lisbeth, mas Rooney capturou a alma da personagem e se transformou na própria hacker numa profundidade e brilhantismo que só pelo jeito de olhar e de agir da personagem você já via as características citadas no livro ganhando vida.
"Nunca lute com Lisbeth Salander. A sua atitude para o resto do mundo é que se alguém a ameaça com uma arma, ela vai pegar uma arma maior."
Pra mim, a melhor adaptação é a versão americana. Fiquei muito triste ao saber que, apesar das inúmeras indicações e prêmios recebidos pelo filme e pela atuação da Rooney Mara, não haverá um segundo e terceiro filme. Nesses cinco anos, desde a estreia do The Girl With The Dragon Tattoo até agora, houveram muitas especulações sobre a continuação cinematográfica, mas devido á falta de disponibilidade dos atores e a decisão do diretor em não substituí-los, tanto foi adiada que as possibilidades de uma continuação ficaram cada vez melhores.
Pra quem ainda não assistiu, recomendo que assistam ambas as versões. A sueca para ter um conhecendo do quão forte é a história de Lisbeth e a americana para se impressionar com a arte desse filme.
PS: Relembrando que esse post é apenas a minha opinião e que adoro discutir (saudavelmente) as diferenças entre os dois filmes.
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